sábado, 21 de março de 2015

OXUMARÊ






Oxumarê É a Divindade que está assentada no pólo negativo do Trono do Amor.

É um Orixá Cósmico que atua na vida dos seres para absorver, diluir e corrigir os desequilíbrios no campo do amor e que, ao mesmo tempo, irradia Energias de renovação.

Seus principais Fatores são o Diluidor e o Renovador, pois a Energia de Oxumarê se movimenta por meio de uma onda dupla: uma onda dilui as negatividades dos seres e a outra onda, simultaneamente, os renova.

Essa onda dupla é simbolizada por duas serpentes entrelaçadas num eixo vertical. E aqui surge um dos Mistérios de Oxumarê: o Mistério Cobra ou Serpente. Mas esta “serpente” não se refere ao animal, ao réptil, na verdade ela representa a kundalini, um tipo de Energia que circula no chakra básico. Por outro lado, a serpente é associada à sexualidade, e isso precisa ser mais bem analisado.

A Energia kundalini não é apenas uma energia sexual ou para o sexo. Ela é mais que isso. A kundalini é a Energia da alegria, da satisfação, do prazer de viver- o que certamente pode englobar a sexualidade, mas vai além desse aspecto.

A Energia de Oxumarê tem as qualidades da Energia kundalini e daí vem o fato de Oxumarê ser associado à sexualidade, às vezes até de forma equivocada. Vejamos como atua a Energia de Pai Oxumarê, que tem características da Energia kundalini.

Sabemos que o corpo humano tem 7 chakras principais: coronário, frontal, laríngeo, do coração, esplênico, umbilical e básico. Estes chakras absorvem as Energias Divinas que são vitais para nós e as irradiam para os nossos demais centros energéticos (chakras menores, meridianos etc.), garantindo o equilíbrio e a saúde dos nossos corpos espiritual, mental, emocional e físico.

Pois bem,  kundalini é a Energia Divina que entra pelo chakra básico. É “a serpente que dorme no chakra básico” e que, ao ser despertada, sobe pela coluna e vai passando pelos demais chakras, num movimento que lembra o da serpente, até chegar ao chakra da coroa. As energias do chakra básico nos dão vitalidade, capacidade de iniciativa; despertam em nós a vontade de fazer, de realizar, de estar presente; dão-nos a capacidade do saber relacionar-se com o mundo. É a chamada Energia terra/céu.

Mas nós recebemos outro tipo de Energia, que entra pelo chakra da coroa e desce para os demais chakras, até chegar ao básico. Essa Energia nos liga ao mais Alto, por meio da Fé, e nos faz buscar transcender as questões meramente materiais. É a Energia céu/terra.

Essas duas Energias se movimentam num eixo magnético vertical que vai do topo da cabeça ao chakra básico, elas descem ao longo da coluna vertebral e alimentam os demais chakras, juntando-se às energias específicas de cada chakra. Dão a sustentação “pela terra” e “pelo céu”.

As energias do chakra básico e as da coroa se encontram no chakra do coração, situado exatamente no meio dos 7 chakras principais. Ali elas são harmonizadas e dali são distribuídas para os demais centros energéticos. Diz o ditado: “o equilíbrio está no meio”... Portanto, o coração bombeia o sangue e também essas Energias, inclusive a kundalini, para todo o nosso corpo. Assim, quando alimentamos sentimentos de amor e de alegria de viver, nós ficamos plenos do equilíbrio das Energias terra/céu e céu/terra. Mas se nos entregamos às mágoas, às decepções e tristezas, nós bloqueamos o chakra do coração e também a livre circulação da kundalini, e enfraquecemos. Por isso se diz que o Amor cura tudo...

Como Trono Masculino do Amor, Pai Oxumarê nos ampara e auxilia em todas as dificuldades no campo do amor, da afetividade no geral e do relacionar-se com o outro; inclusive nas dificuldades referentes à sexualidade. Quando alimentamos ódio, ciúmes, ressentimentos e mágoas, ou dificuldades no campo da sexualidade, por exemplos, podemos pedir a Ele que dilua esses sentimentos negativos e renove o nosso íntimo, curando esses bloqueios indesejáveis. Pois o Divino Oxumarê é também um dos Orixás que compõem o Sagrado Trono Medicinal ou da Cura (ao lado dos Amados Pais Oxalá, Oxóssi, Obaluayê, entre outros).

As “serpentes” de Oxumarê (sua onda dupla) têm relação com a sexualidade neste sentido

de equilíbrio: quando nos relacionamos por Amor, o nosso coração ajuda a bombear a kundalini, fazendo-a subir dos dois lados, como duas “serpentes” que se entrelaçam e nos envolvem com as Energia terra/céu (vitalidade, impulso, estímulo, alegria, prazer) e as Energias céu/terra (Fé, autoconfiança, autoestima, integração com o Todo, entusiasmo, êxtase, iluminação). A energia sexual não é apenas para o sexo, é também para todas as atividades criativas e de expansão da consciência.

A onda dupla de Oxumarê lembra o caduceu, símbolo da Medicina e que também aparece nas mãos de Mercúrio. O caduceu é um bastão com duas serpentes entrelaçadas, representando a complexidade do ser humano.

Pai Oxumarê é também considerado o Senhor do Arco-Íris. E aqui temos mais um dos Seus Divinos Mistérios: o Mistério das Cores. Pois o fenômeno do arco-íris revela as 7 cores contidas na luz branca do sol.

O arco-íris surge num dia de sol e chuva forte, aparece logo após a chuva. As 7 cores da luz solar se refletem primeiro no interior das gotas de água da chuva que evaporaram com o calor do sol, e dali elas se refletem no céu, ficando então visíveis aos nossos olhos. Esse fenômeno também simboliza o bem-estar e a alegria que sentimos pela renovação da atmosfera, depois daquela chuva forte.

Num dia de sol e chuva, podemos observar uma cachoeira: quando a água da cachoeira cai, com aquele vapor em torno dela, e a luz do sol bate nas gotas de água suspensas no ar, forma-se o arco-íris, e as 7 cores ficam visíveis no céu.

A cachoeira, nesse ponto em que as águas caem e formam vapor, é um dos pontos de força de Oxumarê. Pois é Oxumarê quem dá cores à Vida e a toda a Criação. Ele é o Senhor do Arco-Íris Divino, que ilumina e renova toda a Criação, “depois de uma chuva forte”, isto é, depois da dificuldade. Isso também pode ser entendido da seguinte forma: quando uma pessoa está triste, desiludida e amargurada, a vida lhe parece sem brilho, fica cinzenta; já quando a pessoa está amando, ela vê alegria e cor em tudo. E assim atua o Divino Pai Oxumarê: diluindo nossas mágoas e tristezas, para nos renovar e reequilibrar, devolvendo o brilho das cores à nossa vida. Ele é o Senhor das 7 cores do Arco-Íris Sagrado. Ele nos renova o íntimo e traz “as cores da Vida” que não estávamos percebendo. Ele é o Grande Renovador das nossas vidas.

Ainda dentro do Mistério das Cores, Oxumarê rege a Linha de Trabalho das Crianças, pois a criança representa o renascimento, a renovação da vida, a pureza, a alegria etc. Num sentido mais espiritualista, leva-nos ao resgate da nossa “criança interior”.

Na obra de Rubens Saraceni, pela Editora Madras, aprendemos que o Orixá Oxumarê é a Renovação contínua, atuando nas nos 7 Sentidos da Vida:

-No Sentido da Fé: renovando a fé e a religiosidade dos seres;

-No Sentido do Amor e da concepção: renovando o amor e a sexualidade dos seres;

-No Sentido do Conhecimento: renovando os conceitos, teorias e fundamentos;

-No Sentido da Justiça: renovando os juízos (padrões de valores, avaliações);

-No Sentido da Lei: renovando as ordenações que acontecem de tempos em tempos;

-No Sentido da Evolução: renovando as doutrinas que aperfeiçoam o saber e aceleram a evolução dos seres;

-No Sentido da Geração: como a renovação da criatividade, ou como o próprio reencarne.

O livro “Lendas da Criação” destaca a interessante “união” ou atuação conjunta dos Orixás Iansã e Oxumarê: Mãe Iansã atua para dar movimento e direcionamento à Criação, enquanto Pai Oxumarê dá ritmo e cadência a esses movimentos. Ela nos direciona e movimenta no caminho da Evolução. Ele impõe ritmo e cadência aos nossos movimentos, diluindo nossos desequilíbrios e renovando os nossos passos, para nos manter em sintonia com o Movimento Perfeito da Criação.

Já o autor Fernando Fernandes nos fala da visão do Candomblé, onde Oxumarê é cultuado como o filho mais novo e preferido de Nanã e irmão de Omolu. Ele participou da criação do mundo, enrolando-se ao redor da Terra, reunindo a matéria e dando forma ao mundo. Rastejando pelo Mundo, desenhou os vales e rios. É a grande cobra que morde a cauda, representando a continuidade do movimento e do ciclo vital.

Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida. Assegura a comunicação entre o mundo sobrenatural, os antepassados e os homens, e por isso é associado ao cordão umbilical. Garante a comunicação entre o céu e a terra e leva a água dos mares para o céu, para que a chuva possa formar-se. É o arco-íris, a grande cobra colorida. A cobra é d’Ele, e por isso no Candomblé não se mata cobra.

Para alguns, Oxumarê seria “homem e mulher”, seis meses homem e seis meses mulher. Mas na Umbanda acreditamos que isso se refere a um ciclo que Ele representa: o ciclo da Vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a Vida se perpetua. Oxumarê é duplo, mas no sentido de que exprime a união dos opostos, que se atraem e permitem a manutenção do Universo e da Vida. Sintetiza também a duplicidade do ser, que é mortal no corpo e imortal no espírito.

Na Umbanda, Oxumarê é cultuado como Trono Masculino do Amor. Portanto, é um Orixá Masculino. Como Divindades de Deus, os Orixás estão além não dos valores e conceitos (e preconceitos) humanos sobre sexualidade ou sobre qualquer outro tema.

LENDAS

Todos os dias Oxumarê passava em frente ao palácio de Xangô exibindo a beleza de seus trajes e a riqueza de seus adornos em ouro. O rei olhava admirado e desejava muito ter um contato mais próximo com o jovem, porém conhecia sua fama de não deixar ninguém se aproximar. Resolveu então preparar uma armadilha e para isso mandou que simulassem uma audiência real e chamassem Oxumarê afirmando que era uma ordem para todos os moradores do reino. Obediente ás ordens de seu soberano, Oxumarê compareceu pontualmente no dia determinado. Lá chegando estranhou que estivesse tão vazio já que a ordem tinha sido a todos os súditos, pensou em voltar atrás, imaginando que poderia ser um truque. Mas era tarde, os soldados já o estavam encaminhando a sala do trono. Ao aproximar-se do rei prostrou-se ao chão, como era hábito, ao erguer a cabeça percebeu um gesto brusco de Xangô dirigido aos soldados que imediatamente passaram a fechar todas as portas e janelas da grande sala. Percebeu que realmente fora enganado olhou em torno e não viu condições de fuga. Xangô levantou-se e dirigiu-se ao rapaz tentando tomá-lo nos braços. Oxumarê passou a se esquivar sempre procurando uma maneira de escapar. Corria de um lado a outro sem conseguir achar nenhuma saída ou mesmo um lugar onde pudesse se esconder. Tomado pelo desespero elevou o pensamento a Olorum em respeitoso pedido de ajuda. Olorum, sensibilizado pela prece do rapaz transformou-o em uma serpente no instante em que era apertado pelos fortes braços do rei. Este, tomado de susto e nojo largou imediatamente a cobra que sinuosamente atravessou o corredor do salão e saiu por uma fresta da grande porta de entrada. Foi assim que Oxumarê livrou-se do assédio de Xangô. Muito tempo depois, quando ambos foram feitos orixás, Oxumarê ficou encarregado de levar água do mar para o palácio de Xangô, no Orum (céu). A essa tarefa Oxumarê se dedica exemplarmente até hoje, mas Olorum determinou que nunca mais Xangô pode aproximar-se dele.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUMARÊ

São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e na busca de novas alternativas para o futuro, para cumprir o seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes. São pessoas magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar.
São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar as suas riquezas.
São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém. Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar.
São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objetivos e não medem sacrifícios para alcançá-los.
A dualidade do Orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo ao outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumarê, o Orixá do Movimento.

- No Positivo: Tendem à renovação e à mudança, vivem rompendo com o passado e na busca de novas alternativas para o futuro. Pacientes e obstinados na luta pelos seus objetivos, não medem esforços para alcançá-los. São extrovertidos, alegres, amáveis, criativos e curiosos.

- No Negativo: Tornam-se apáticos, infelizes, fechados, sombrios, com tendência à autopunição.

- Aspecto Físico: Costumam ser magros, ativos, ágeis, de olhos atentos e salientes, difíceis de encarar.

COZINHA RITUALÍSTICA

1) Farofa com banana da terra : Cozinhar ligeiramente no açúcar cristal 2 bananas da terra cortadas em rodelas, e depois misturar a uma farofa de farinha de mandioca, azeite doce, dendê, cheiro-verde. . Servir sobre folha de bananeira regada com mel.

2)Batata doce cozida e amassada. Dar à massa o formato de cobra e regar com mel. Montar sobre folhas de alface ou de batata doce.

3)Quirela de milho amarelo levemente cozida e escorrida. Colocar sobre folha de bananeira. Regar com mel.

4)Feijão fradinho e milho: Cozinhar ligeiramente, só em água e separadamente: uma porção de feijão fradinho e uma porção de milho. Escorrer. Também em separado, leva-se para refogar o feijão e depois o milho, adicionando-se camarões, dendê e cebola. No final, acrescentar cheiro- verde picadinho. Colocar num alguidar ou sobre folha de bananeira: metade com o feijão e a outra metade com o milho.

5) Amendoim torrado, sem casca, regado com mel. Servir em folhas de louro, sobre uma porção de pipoca feita no azeite doce e coberta com coco ralado ou fatiado;

6) Frutas doces, de cores variadas, salpicadas com açúcar cristal colorido ou com balas coloridas (de várias cores, simbolizando o arco-íris). Colocar sobre folhas de louro.

QUANDO OFERENDAR OXUMARÊ

Para renovar qualquer sentido de nossas vidas, para descartar o antigo e trazer o novo, seja uma postura, uma situação, um sentimento, etc...

OFERENDA:

- Local: cachoeira ou margem de rio. Material: Frutas variadas, colocadas sobre folhas de louro e/ou de maracujá. Rodear com um círculo de 7 velas: 1 vermelha, 1 laranja, 1 amarela, 1 verde, 1 azul claro, 1 azul índigo e 1 violeta. No meio dessas velas, colocar 1 copo com água mineral com pó de pemba nas cores branca, rosa, verde, vermelha, azul, amarelo e lilás. Firmar 1 vela branca (ou dourada) à direita do copo. Rodear tudo com mel. Colocar flores multicoloridas por volta do círculo das velas. Derramar 1 champanhe rosê em torno do círculo das flores. Oferecer ao Divino Pai Oxumarê, pedindo Sua bênção e proteção para aquilo que se precisa.

AMANCI

água de cachoeira com folhas de louro e pétalas de flores de cores variadas, maceradas e curtidas por três dias.

DIVINDADES ASSEMELHADAS:

Oxumarê é muito associado a DAN, Divindade da cultura Banto, também chamada de “a Serpente de Dan”.

Também tem Qualidades semelhantes a:

EROS- Divindade grega, que é o CUPIDO dos romanos: com suas tochas inflamava os desejos e atirando flechas insuflava o amor;

KÂMA- Divindade hindu representada por um adolescente com arco e flechas, Senhor do amor e do desejo;

HEINDAL- Divindade nórdica da luz e guardiã da ponte do arco-íris;

ANGUS ÓG- Divindade celta cujo nome quer dizer: deus jovem. Divindade do amor e da juventude, lançava beijos pelo ar que alcançavam os apaixonados e se transformavam em aves delicadas.

TRONO
Trono Masculino do Amor
Linha
Amor
Fator
Renovador, Agregador
Essência
Mineral/Aquático
Elemento
Água em movimento constante
Polariza com
Oxum
Cor
azul turquesa; azul claro; furta-cor; ou as 7 cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul claro, índigo e violeta)
Fio de Contas
Fio de contas coloridas com suas cores ou longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente.
Ferramentas 
ibiri, espécie de vassoura feita com nervuras das folhas de palmeiras.
Ervas
Graviola (poder renovador); Damiana (poderosa condensadora de energias); Artemísia (renovadora da Fé e ativadora da sensibilidade); Angico, Buchinha do Norte, Dandá, Espinheira Santa, Orégano, Urucum, Valeriana, Picão Preto, Açafrão Raiz, Angélica Raiz, Carapiá, Carqueja Amarga, Chapéu de Couro, Gengibre, Guaraná Semente, Hibisco Flor, Imburana Semente, Manjerona, Marapuama, Dente-de-leão, Bálsamo, Catinga de Mulata, Serralha, Pinhão Branco, Peregum Rajado (ou Dracena), Umbaúba, Milho, Pacová (Fonte: Adriano Camargo). Outras ervas: Folhas de Abacateiro, Cavalinha, Folhas de Maracujá, Folhas de Louro, Colônia, Macaçá, Agrião, Dinheiro em Penca, Manjericão, Calêndula, Erva de Santa Luzia, Jasmim, Erva Cidreira, Camomila, Arnica, Trevo azedo ou grande, Chuva de Ouro, Erva Santa Maria.
Simbolos
Serpente, Arco-Íris.
Ponto na Natureza
cachoeiras ou rios com correntezas fortes
Flores
Flor do campo coloridas, hortênsia, miosótis, rosas de cor champanhe
Essências
Pedras
fluorita multicolorida, turmalina melancia, opala, quartzo azul claro. Dia indicado para consagração das pedras: sábado. Hora indicada: 18 horas
Metais e Minérios
Latão - antimônio  - Dia indicado para a consagração: 6ª-feira. Hora indicada: 14 horas
Saúde
coração, sangue, nervo vago e sistema circulatório
Planeta
Venus
Dia da Semana
Terça Feira
Chacra
cardíaco
Saudação
"Salve nosso Pai Oxumarê!" - Resposta: "Arrobobô, meu Pai!" (ou então: "Salve!").
Bebida
água mineral; água de rio; champanhe rosê
Animais
Cobra
Comidas
banana da terra, maracujá, amendoim, maçã, batata doce, uva rosada, melancia, melão, pepino, pinha, atemóia, graviola, laranjas doces. Geralmente oferendamos duas frutas de cada tipo, ou então em números pares, em razão do simbolismo ligado à onda dupla de Oxumarê e ao sentido da união e da atração de energias. Não se costuma utilizar laranja azeda e frutas ácidas.
Números
14
Data Comemorativa
24 de agosto
Sincretismo
São Bartolomeu.
Incompatibilidades
Sal, Água Salgada
Qualidades
Dan – Corresponde ao nome Jeje de Oxumarê e, no Alakétu, constitui uma qualidade deste último: é a cobra que participou da criação. É uma qualidade benéfica, ligada à chuva, à fertilidade e à abundância; gosta de ovos e de azeite de dendê. Como tipo humano, é generoso e até perdulário.
Dangbé – É um Oxumarê mais velho que seria o pai de Dan; governa os movimentos dos astros. Menos agitado que Dan, possui uma grande intuição e pode ser um adivinho esperto.
Becém – Dono do terreiro do Bogun, veste-se de branco e leva uma espada. Becém é um nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo de Oxumarê, menos afectado e menos superficial que Dan. Aido Wedo, também é uma qualidade de Oxumarê conhecida no Bogun.
Azaunodor – É o príncipe de branco que reside no Baobá, relacionado com os antepassados; come frutas e “leva tudo de dois”.
Frekuen – É o lado feminino de Oxumarê, representado pela Serpente mais venenosa. O lado masculino de Oxumarê é geralmente representado pelo Arco-Íris.
Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo, Danbale, Foken, Darrame, Araka, Averecy, Akoledura e Bakilá

OXUM



A Orixá Oxum é a Divindade que está assentada no pólo positivo o Trono Mineral, o Trono do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.

Seu elemento é o mineral, junto com Oxumaré, forma uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e irradiações planetárias atuam sobre os seres, estimulado os sentidos de amor e acelerando a união e a concepção dos seres.

Bela, vaidosa e sensual, Oxum é a deusa do amor e a mais feminina de todas as divindades da Umbanda. Rege a fertilidade e o poder de gestação. É a senhora das águas doces, que irrigam os campos, garantindo fartura, e também do ouro. Por isso, identifica-se com todas as manifestações de riqueza.

Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós. Como o rio, que sempre caminha pro mar, a Oxum da Umbanda está diretamente ligada à Rainha do Mar, encabeçando a legião das sereias de águas doces.

Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da água doce e Rainha das cachoeiras. Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, puro, real, maduro, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe. É Oxum que gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas.

É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entrega à Iemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança. Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência. Os seus filhos são a sua maior riqueza. 

O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por conseqüência, a felicidade. 

Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor.

Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual.

É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida.

Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.

HISTÓRIA: 

O seu nome deriva do rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de Ijexá e Ijebu. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e Ôxê

É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex. Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu...

Em seu livro Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns, Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: "Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo."

Oxum é um Orixá feminino da nação Ijexá adotada e cultuada em todas as religiões afro-brasileiras. É o Orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, em Oxum, os fiéis também buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões e na vida financeira, tanto que muitas vezes é chamada de Senhora do Ouro que outrora era do Cobre por ser o metal mais valioso da época.

Na natureza, o culto à Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derramam lágrimas ao incorporar, característica que se transfere a seus filhos identificados por chorões.

Candomblé Bantu - a NkisiNdandalunda, Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com Oxum.

Candomblé Ketu - Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.

ARQUETIPO DOS FILHOS DE OXUM 

Os filhos de Oxum amam espelhos, jóias caras, ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do cabelo e, as mulheres, da pintura.

As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza.

Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir a filha de Oxum como o pesquisador da religião africana, o francês Pierre Verger, que escreveu: "o arquétipo de Oxum é das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que as de Iansã. Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social".

Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante.

Os filhos de Oxum têm tendência para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto.

O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sExúal intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre perseguido pelo sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidoso, elegante, sensual e gosta de mudanças, podendo ser infiel. Despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.

Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles próprios, mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e companheiras.

São muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranqüilos, emotivos, normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro.

O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros.

Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente, porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente. Pode vir a ser interesseiro e indeciso, mas seu maior defeito é o ciúme. Um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.

É muito desconfiado e possuidor de grande intuição que muitas vezes é posta à serviço da astúcia, conseguindo tudo que quer com imaginação e intriga. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

Entretanto, ás vezes, parece esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando mais com o mesmo. Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias.

Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade


QUANDO OFERENDAR OXUM: 

- Para Uniões

- Para Engravidar e cuidar da Gestação

- Para Atrair riquezas

- Para trazer harmonia e prosperidade


FIRMEZA PARA OXUM: 

Quartinha rosa com água de cachoeira e quartzo rosa

AMANCI

Água de cachoeira com rosas e manjericão macerados e curtidos por 3 dias

PRECE

Ora ie ieu Oxum,
Salve dourada senhora
Da pele de ouro!
Benditas são suas águas,
e essas mesmas águas lavam meu ser
e me livram do mal.
Oxum, Divina Rainha, bela Orixá,
venha a mim,
caminhando na Lua Cheia.
Traga, mãe, em suas mãos,
os lírios do amor e da paz.
Torna-me doce, sedutora,
suave, como és.
Mamãe Oxum, me proteja, Orixá.
Faça que o amor seja
constante em minha vida
Que eu possa amar a
tudo o que existe.
Me proteja contra as
mandingas e feitiçarias.
Daí a mim o néctar de sua doçura
e que eu consiga o que desejo

Mãe do ouro, da beleza e do amor,
Senhora do mais puro Axé,
valei-me hoje e sempre.
Aie ieu Oxum!

TRONO
Trono Feminino do Amor
Linha
Amor
Fator
Agregador, Conceptivo
Essência
Mineral
Elemento
Água Doce
Polariza com
Oxumarê
Cor
Rosa, Azul ou Dourado
Fio de Contas
Contas e Missangas de suas cores, búzios
Ferramentas 
Espelho
Ervas
Colônia, Macaçá, Oriri, Santa Luzia, Oripepê, Pingo D’água, Agrião, Dinheiro em Penca, Manjericão Branco, Calêndula,Narciso; Vassourinha, Erva de Santa Luzia, e Jasmim, Erva Cidreira, Gengibre, Camomila, Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de Ouro, Manjericona, Erva Sta. Maria.
Simbolos
Coração e Cachoeira
Ponto na Natureza
Rios e Cachoeiras
Flores
Lirios, Rosas Cor de Rosa e Amarela
Essências
Lirio e Rosa
Pedras
Quarzto Rosa, Ametista, Rubi
Metais e Minérios
Cobre, Ouro, Prata
Saúde
Coração e Aparelhos Reprodutivos
Planeta
Venus
Dia da Semana
Sábado
Chacra
Umbilical (Frontal)
Saudação
Ai-ie-iô (ou Ora Ieiêô)
Bebida
Champagne
Animais
Pomba Rola
Comidas
Omolocum. Ipeté. Quindim (Em algumas casas: banana frita, moqueca de peixe e pirão feito com a cabeça do peixe)
Números
5
Data Comemorativa
8 de Dezembro, 12 de outubro
Sincretismo
Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras, na Bahia ela é tida comoNossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora a esta denominação de Nossa Senhora ora comNossa Senhora Aparecida.
Incompatibilidades
Abacaxi e Barata
Qualidades
Apará, Ijimum, Iápondá, Ifé, Abalu, Jumu, Oxogbo, Ajagura, Yeye Oga, Yeye Petu, Yeye Kare,  Yeye Oke, Yeye Oloko, Yeye Merin, Yeye Àyálá, Yeye Lokun, Yeye Odo