quinta-feira, 30 de abril de 2015

Será que estamos preparados?


por Marcos Barbosa, Mais Um na Banda!

Com o sucesso dos filmes baseados em obras espirituais, a mídia (TV, Jornais, Blogs, etc) deitou olhos para este fenômeno para tentar entender melhor o mundo dos espíritos.

O Kardecismo (religião decodificada na França por Allan Kardec) é uma das mais famosas religiões espiritualistas do Brasil e tem com o ícone o seu maior representante brasileiro, Francisco Cândido Xavier ou simplesmente Chico Xavier, que teve sua vida e obra relatada num grande sucesso de bilheteria, assim como, sua obra “O Nosso Lar”, psicografada pelo espírito de André Luiz.
Muitos canais trazem a tona e procuram conhecer este mundo espiritual que converge em algumas religiões, que tem como principio a mediunidade e o contato com os espíritos. 

Chamo a atenção que não apenas o espiritismo está sendo alvo da curiosidade da mídia, outras religiões que “conversam” com os espíritos também estão sendo procuradas para explicar esse fenômeno que fascina tanta gente.
A Umbanda, religião brasileira, não poderia ficar de fora desta curiosidade, entretanto, até que ponto estar na mídia vem sendo bom para a própria Umbanda? Até que ponto os umbandistas estão preparados para falar da religião de forma clara e objetiva sem aumentar o preconceito já existente?
Recentemente tivemos um programa humorístico fazendo reportagens acerca do espiritismo e contemplados fomos pela presença do programa no Santuário de Umbanda. A repórter fez algumas entrevistas e no final foi até uma gira em que o médium trabalhava com uma das mais controvertida e adorada figura do meio umbandista, o “Sr Zé Pilintra”. Ao se aproximar do médium e fazer algumas perguntas, lhe foi respondido que Sr. Zé Pilintra morreu esfaqueado e para completar a cambone, que o estava auxiliando, lhe disse que foi por causa de mulher.

Ora, quem está assistindo este programa, que tem um bom índice de audiência, ao ouvir isso, o que vai pensar? Se um espírito morreu esfaqueado e por causa de mulher, será ele é do bem? Logo, será que a Umbanda também é do bem? 
Diante disso, fico a me questionar quantos estão preparados para responder as perguntas acerca de nossa Sagrada Umbanda, sem colocá-La ainda mais no limbo do preconceito por falta de informações corretas e verdadeiras. 
Temos uma literatura Umbandista, temos estudos aprofundados e principalmente temos a nossa disposição os conselhos e conversas com os nossos amados Guias. Por isso, precisamos nos preparar melhor para falarmos com segurança e convicção que:

“Umbanda é uma religião do bem, que pratica o bem”.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

A Mosca

por Jack Flwr, Mais Um na Banda!

Num cinzento dia de maio de 2014, presenciei o fim do ciclo da vida de uma mosca que estava me incomodando. Não! Eu não a matei.... Ela voava como que possuída em torno do meu note (nunca tinha visto mosca dentro da empresa) e repentinamente, caiu sobre minha mesa... Alguns espasmos nas patinhas e acabou. 

Ali. Do nada! Na minha frente... A pequena mosca completou suas horas de vida. Daí me veio um monte de pensamentos antes de tirar o ‘cadáver’ da mesa.

Pensei que, numa vida tão curta, de apenas um dia, ela amadureceu, ficou adulta, teve cerca de 10 relações sexuais (em média dura uma hora cada), ou seja, passou 41% de seu tempo de vida, na companhia de outra de sua espécie. Experimentou água, lixo, frutas, flores, sangue, ervas e etc etc... Voou mais de 10 km (uma longa distância para um ser tão pequenino). E nisso, é lógico que fugiu de mãos e chinelos querendo matá-la, de pássaros querendo comê-la ou seja, de diversos obstáculos. 

Daí fiz um paralelo e levando em consideração que hoje vivemos cerca de 70 / 75 anos, mesmo com todo esse tempo, não temos tempo de viver. Não aprendemos a programarmos nossas vidas e nosso tempo. Fazendo as contas por cima, uma vida humana, são sei lá... Mais de 20 mil vidas “moscais” (sei que essa palavra não existe!). 

Não estou dizendo que devemos experimentar coisas pútridas em nossas vidas. O paralelo que meu cabeção fez foi apenas o de entender que o ciclo e tipo de vida delas, incluem “nojeiras” que para elas são normais e fazem parte de sua natureza, assim como faz parte da nossa aprendermos a ganhar dinheiro e sermos independentes. É um paralelo simples, mas que nem todos enxergam. Também não acho que devamos passar quase metade de nossas vidas em relações sexuais, mas para elas é natural. 

E daí vem outro paralelo. Respeitarmos o que é natural no outro. Seja este outro um ser humano ou não! 

No final, cheguei a conclusão que estamos viciados em julgar sem conhecer e que, quer você aceite ou não, as moscas que vivem tão pouco, administram melhor o tempo e têm uma vida intensa onde, sem julgamentos (e por favor, não venha com esse papo de que elas não julgam pq só os humanos são capazes disso!), experimentam de tudo, o bom e o ruim. O belo e o feio. O alto e o baixo. A intensidade e a inércia. O limpo e o sujo (Sim! O limpo, pois, quando elas parecem estar traçando planos malignos esfregando as patinhas, na verdade, elas estão limpando-se! Durma com essa! Moscas são higiênicas kkkk).

Bom... O que quero dizer é que, na sabedoria deste outro tipo de vida que não podemos compreender, existe um plano de vida traçado e mais bem planejado do que os nossos quase 80 anos de vida, nos quais, quase nunca temos tempo para o que nos é prazeroso.

Será que priorizamos as coisas erradas (vícios químicos e de personalidade) e deixamos pra lá as certas (aquilo que nos edifica)? Penso(em) nisso!

E o que este texto tem a ver com a proposta do Mais Um na Banda? Oras! E não é verdade que este caminho espiritual, como muitos outros, nos oferece ciência e liberdade de ação? Pois bem! Sou umbandista, mas a minha umbanda (aquela que brilha no meu coração), me dá liberdade, responsabilidade e ciência e não permite que eu culpe terceiros por dores que sinto (sejam físicas, mentais ou espirituais). 

A umbanda que aqui brilha e vibra, não é um ideal, não dita regras pra minha vida. Ela apenas me oferece luz, paz e amor e a oportunidade ininterrupta de ser melhor que ontem comigo mesmo, pois, sendo Luz, Paz e Amor comigo mesmo, assim o serei para o próximo, seja ele humano ou não. E isso é a chama Crística... Assunto para um outro devaneio que um dia virá (ou não).

Compartilho, pois, somos a Banda do Um, certo? Pode não servir para ninguém, mas para mim serviu, me fez bem e o intuito mor da nossa caminhada dentro das 7 linhas é levar ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá... Ou seja, o bem!

O Cadáver foi removido!